Em 29 de setembro de 2018, participei do XI Encontro Nacional de Coordenadores e Professores do Curso de Ciências Contábeis, na sede do CRCSP e participar de diversas palestras interessantes e intrigantes, principalmente porque na época, diversos meios de comunicação noticiaram que, com o avanço da Tecnologia, algumas profissões iriam acabar em menos de 30 anos.

Uma das citadas era a de Contador.

Ora, eu por ser Contador e Professor, fiquei um tanto estático, pois na minha opinião, a profissão em si não irá acabar e sim o trabalho manual e repetitivo.

Fazendo uma pequena reflexão, podemos dizer que a profissão de contador surgiu de uma necessidade dos detentores de capitais de medir suas riquezas, então isso significa, que a contabilidade nasceu junto com o surgimento do comércio e da moeda. Vale ressaltar, que existem pesquisas de que a contabilidade já existia desde que o homem aprendeu a escrever ou registrar seus feitos.

Entretanto, no século XV (1494), a contabilidade deu um salto espetacular com a publicação do livro de Luca Pacioli (Summa de Arithmetica, cujo um dos exemplares iniciais foi arrematado or US$ 1,250 milhão), mostrando o Método das Partidas Dobradas, que é utilizado até os dias de hoje.

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Nossa! Esse método já tem quinhentos e vinte e cinco anos! Isso mesmo, esse método foi publicado e é utilizado até hoje sendo que alguns pesquisadores até dizem que esse método já era utilizado no século XII ou XIII pelos chineses.

Ao longo do tempo tentaram derrubar esse método, mas ele está vigente até hoje.

Relembro estes fatos para mostrar para você leitor:

A contabilidade não vai acabar e sim o trabalho manual e repetitivo, onde as máquinas e inteligências artificiais poderão fazer com precisão e rapidez.

Se nos remetermos em meados do século XX, todo e qualquer registro contábil era efetuado manualmente nos livros diários, ou seja, o contador era chamado de “Guarda Livros”, imaginem isso nos dias de hoje?

Algo impossível de imaginar, principalmente pelo volume de transações e operações que as empresas têm nos dias de hoje.

Obviamente, os profissionais em início de carreira naturalmente farão alguns trabalhos repetitivos ou manuais para que possam aprender e entender todo o processo contábil, desde a classificação, registro, conciliação e geração dos demonstrativos contábeis; para isso é importante dois conhecimentos: o conceito contábil bem enraizado e trabalhar com as ferramentas da tecnologia (planilhas, bancos de dados, programas, etc).

Lembro dos meus dias no início da profissão de contador: executar a conciliação bancária, ou seja, tica a tica, confrontando os lançamentos do razão contábil de banco x extrato bancário, algo maçante e cansativo.

Atualmente, esse trabalho manual é efetuado por ferramentas de tecnologia e o trabalho do conciliador que hoje é analista, é fazer análise das pendências e trabalhar junto com as áreas para diminuição ou eliminação delas.

Então, a Tecnologia não veio para tirar ou sumir com a profissão de contador e sim para facilitar e mostrar que esse profissional possa trabalhar mais intelectualmente ajudando na gestão e decisões da Alta Administração das empresas.

Isso vale para qualquer profissão ou atividade, devemos estar atentos as mudanças, pois elas estão aí e nos levam à evolução e como um amigo diz “Quer você queira quer você não queira, estamos fadados à evolução”.

Portanto, caros amigos e colegas de profissão, abram a mente e o coração, pois o futuro é hoje.

*Artigo redigido por Mauricio G. Camilo Pinto, contador e fundador da M.Camilo Consultoria.

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