O Home Office hoje é uma das grandes discussões no mundo corporativo quando se fala das futuras relações do trabalho e sua produtividade. Podemos dizer que no Brasil o tema ainda é relativamente recente, pois ainda existem dúvidas e mitos quanto a sua eficiência.
O fato é que, dada as devidas condições para o trabalho remoto, seu avanço vem aumento vertiginosamente. Na área de tecnologia já se pratica essa modalidade a algum tempo
Na realidade o home office pode ocorrer não só na residência, mas também em cafés, hotéis, aeroportos, táxis e até parques.
Infelizmente nem todo profissional pode trabalhar neste formato, para que isso ocorra, uma série de fatores devem ser considerados.
Em primeiro lugar, a empresa onde ele trabalha deve possuir um programa que permita esta modalidade, ou ter planos de implementar um piloto.
Depois, existe a restrição de atividades. Algumas tarefas exigem que o colaborador vá até o local de trabalho todos os dias da semana. Isso ocorre quando as ferramentas que ele utiliza para executar seu trabalho não podem ser retiradas da empresa (por não serem portáteis, serem perigosas ou sigilosas).
Outro motivo é quando o trabalhador depende da interação exclusivamente presencial com outras pessoas, de dentro ou de fora da empresa, todos os dias da semana.
Outro ponto, é com relação a medição do trabalho, visto que se deve verificar a produtividade do colaborador. É sabido que para algumas tarefas não se consegue essa medição de maneira tão fácil, principalmente quando são realizadas muitas tarefas ao longo da jornada.
Por fim, existe a regra dos três perfis: ambiente de trabalho, família e colaborador devem possuir as características necessárias para que o home office seja realizado de forma adequada e producente.
Um profissional, por exemplo, que necessita ser estimulado pelo superior ou montou seu home office na cozinha, ou ainda, não tem uma família colaborativa, terá dificuldade para trabalhar remotamente.
Se você trabalha em casa para uma empresa, a chance é grande de que também passe a trabalhar mais do que no escritório tradicional, já que as horas antes perdidas no trânsito acabam sendo revertidas em mais produtividade. Além disso, no trabalho remoto não existem as pausas para o cafezinho ou as interrupções dos colegas: trabalha-se de forma mais contínua e, portanto, mais intensa.
Quem trabalha em home office não fica longe da empresa 100% do tempo. Na realidade, o mais comum em programas nesse tipo de trabalho é que o colaborador fique remoto em torno de dois a três dias na semana. E mesmo quem trabalha todos os dias no home office precisa comparecer em reuniões presenciais na empresa no mínimo a cada 15 dias.
Trabalhar em home office exige uma grande dose de profissionalismo e esta atitude começa na hora de se vestir para trabalhar. Quem trabalha em casa e fica de pijama, ou sem camisa, acaba refletindo este desleixo na qualidade de suas tarefas. Se o hábito faz o monge, um traje não profissional pode contaminar a seriedade do trabalho e reduzir a credibilidade e até a auto estima do colaborador.
Esta insegurança pode acabar vindo à tona, principalmente na hora de falar com os clientes ao telefone. Em casos extremos, o comportamento relapso no home office pode levar até à depressão.
Isto não significa, claro, que seja necessário colocar terno e gravata todos os dias. O importante é trabalhar com uma roupa confortável, mas que transmita uma atitude profissional para si mesmo e para os outros. Inclusive preparando o colaborador para atender a uma eventual reunião de última hora por vídeo conferência. Camisa pólo e jeans, por exemplo, são coringas. Maquiagem leve para as mulheres e barba aparada para os homens também ajudam na inspiração e na motivação.
Muita gente acha que se começar a trabalhar em home office vai poder dormir até as onze horas da manhã, passear no shopping quando bem entender, beber uma cervejinha com os amigos no meio da tarde e trabalhar quando sobrar um tempinho.
Mas para funcionar bem, o home office exige um grande auto controle e uma dose extra de disciplina. Disciplina para lidar com “tentações” como a geladeira e a TV a dez passos de distância, disciplina para saber a hora de começar e de terminar o expediente, disciplina para organizar o espaço de trabalho e para gerenciar o andamento de suas tarefas e não se perder nos prazos.
Além disso, trabalhar em casa pode gerar uma sensação de isolamento, problemas familiares e queda de concentração por conta de ruídos domésticos, distrações, demandas de filhos e cônjuges.
Apesar dos desafios, quem consegue administrar seu tempo e produzir com qualidade no home office acaba trabalhando melhor e aproveitando muito mais a vida. Com o trabalho remoto evitam-se as várias horas e o enorme stress causados pelo trânsito no trajeto entre casa e trabalho. O tempo que o colaborador ganha escapando dos congestionamentos pode ser utilizado para praticar esporte, acompanhar um filho no médico, relaxar, ou até mesmo adiantar as tarefas para garantir tempo livre em outro momento.
Com a redução do stress no trânsito e a possibilidade de controlar a qualidade da própria alimentação, quem sai ganhando é a saúde do colaborador. Além disso, trabalhar em home office aumenta a motivação e reduz interrupções de colegas e reuniões desnecessárias, aumentando a produtividade. Bom para o colaborador, melhor ainda para a empresa que o emprega.
Afinal, trabalho é algo que se faz, não um lugar para onde se vai.